ATA DA TERCEIRA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 18.03.1997.

 


Aos dezoito dias do mês de março do ano de mil novecentos e noventa e sete, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e vinte e três minutos, constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão destinada a homenagear os oitenta anos do Ypiranga Futebol Clube, nos termos do Requerimento n.º 17/97 (Processo nº 0456/97), de autoria do Vereador Reginaldo Pujol. Compuseram a Mesa: o Vereador Clovis Ilgenfritz, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Vereador Reginaldo Pujol, 2º Vice-Presidente da Casa; o Senhor Amilco Diamantino Pereira Neto, representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor Jorge Ney de Lima Dusso, Presidente do Ypiranga Futebol Clube; o Senhor Edir de Quadros, representante da Federação Gaúcha de Futebol; os Senhores Nelson Hackmann e Alcides Busi, respectivamente os sócios mais antigo e mais idoso do Ypiranga Futebol Clube; o Vereador Carlos Garcia, 3º Secretário da Casa. Também, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças do Senhor Cezar Pureza, Presidente do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre, do Senhor Roberto Bastos, representante do Sindicato do Vestuário, da Senhora Elza Maria Oliveira, representante do Sindicato da Saúde e do Senhor Vilmair Santos Aquino, representante do Congresso Nacional Afro-Brasileiro. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, assistirem à execução do Hino Nacional. Após, o Senhor Presidente registrou o recebimento de telegrama do Deputado José Otávio Germano, Secretário de Transportes do Estado, comunicando sua impossibilidade de comparecer ao presente evento, e concedeu a palavra aos Vereadores para que se manifestassem sobre a presente homenagem. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome das Bancadas do PFL, PTB, PDT, PPB e PPS, historiou sobre a fundação do Ypiranga Futebol Clube, elogiando sua natureza associativista e congratulando-se com todos seus integrantes pelo aniversário da entidade. O Vereador Adeli Sell, em nome da Bancada do PT, teceu considerações sobre o caráter comunitário do Ypiranga Futebol Clube, cumprimentando todos seus membros pelo transcurso de mais um aniversário. O Vereador Cláudio Sebenelo, em nome da Bancada do PSDB, rememorou os laços que o unem ao Ypiranga Futebol Clube, time contra o qual jogou quando era integrante de outras agremiações futebolísticas. Ainda, desejou sucesso aos diretores e sócios da entidade ora homenageada. O Vereador Carlos Garcia, em nome da Bancada do PSB, destacou a relevância da homenagem proposta pelo Vereador Reginaldo Pujol, assinalando suas ligações com o Ypiranga Futebol Clube e parabenizando  seus  integrantes  pelo  octogésimo aniversário. O Vereador <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>Elói Guimarães, em nome da Bancada do PDT, salientou a importância do papel representado por associações como o Ypiranga Futebol Clube, verdadeiros centros de integração da comunidade. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou os presentes a assistirem a número musical executado pelo Coral do Ypiranga Futebol Clube, sob a regência da Senhora Jane Maria. Logo após, concedeu a palavra ao Senhor Jaime Busi que, em nome do Ypiranga Futebol Clube, agradeceu a presente homenagem. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos os presentes para, em pé, assistirem à execução do Hino Rio-Grandense. Durante os trabalhos, foram registradas as presenças dos Senhores Sérgio Binfaré Vieira e Túlio Vieira, respectivamente Diretor Financeiro e Presidente do Conselho de Representantes do Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre, do Senhor Carlos Alberto Paz, Diretor de  Esportes  do Centro Cultural Prefeito José Loureiro da Silva, e dos Senhores Luiz Barcelos Dexheimer e Antônio Augusto Fagundes. Às dezoito horas e vinte e dois minutos, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Clovis Ilgenfritz e Reginaldo Pujol e secretariados pelo Vereador Carlos Garcia. Do que eu, Carlos Garcia, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Boa tarde a todos que prestigiam este momento na Câmara Municipal de Porto Alegre. Nós temos a satisfação de abrir a 3ª Sessão Solene da 1ª Sessão Legislativa Ordinária da XII Legislatura. Esta Sessão é destinada a homenagear os 80 anos do Ypiranga Futebol Clube, pelo Requerimento nº 17, do Ver. Reginaldo Pujol, aprovado por unanimidade e que, neste momento, passa  tambám a ser da Câmara Municipal.

Convidamos para compor a Mesa: o Sr. Jorge Ney de Lima Dusso, Presidente do Ypiranga Futebol Clube; o Sr. Amilco Diamantino Pereira Neto, representante do Sr. Prefeito Municipal; o Sr. Edir de Quadros, representante da Federação Gaúcha de Futebol; o Sr. Nelson Hackmann, sócio mais antigo; e o Sr. Alcides Busi, sócio mais idoso.

 

(É executado o Hino Nacional.)

 

A Mesa registra a presença dos Vereadores Gilberto Batista, Carlos Garcia, Adeli Sell, Cláudio Sebenelo e Reginaldo Pujol, que é o titular desse Processo. Queríamos também acusar um telegrama do Deputado José Otávio Germano, Secretário de Transportes, dizendo que compromissos agendados anteriormente o impedem de comparecer à Sessão Comemorativa dos 80 anos do Ypiranga Futebol Clube.

À medida que a Mesa for formada, vamos citar outras presenças.

O Ver. Reginaldo Pujol, que fala como proponente dessa homenagem e pelas Bancadas do PFL, PTB, PDT, PPB e PPS, está com a palavra.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Clovis Ilgenfritz, caro amigo e companheiro de jornada, permanente colaborador; Jorge Ney de Lima, digno Presidente do Ypiranga Futebol Clube; caro professor Amilco Diamantino P. Neto, da Secretaria Municipal de Esportes, que nesse ato representa o Sr. Prefeito Municipal; ilustre Edir de Quadros, muito digno representante da Federação Gaúcha de Futebol; caros amigos Nelson Hackman e Alcides Busi que, na sua juventude, representam de forma muito expressiva o Ypiranga Futebol Clube nos seus 80 anos de gloriosa existência. Os meus companheiros de representação popular, nomeadamente aqueles, como o Ver. Elói Guimarães, que me conhecem de longa data, poderão estar um pouco surpresos neste dia e nesta tarde pela circunstância de estarmos requerendo e obtendo unanimidade da Casa para a realização dessa homenagem. Todos sabemos que nos últimos três anos foram raríssimas as oportunidades em que tomamos a iniciativa de promover Sessões laudatórias, até porque tínhamos firmado o compromisso de que essas ocasiões deveriam ser muito esporádicas para que não se desgastassem na sua representatividade. De fato, entre 1965, 1966 e 1967, a não ser para saudar a Revolução Farroupilha, nunca tomei uma iniciativa semelhante a essa. A indagação seria por demais óbvia: por que o Ypiranga F.C.? A resposta seria por demais simples. É que vejo no Ypiranga uma verdadeira comprovação da saga que as pequenas entidades sociais-esportivas de Porto Alegre vivenciam, nesse século de mudanças e transformações marcadas cada vez mais pela perda do associativismo em função de vários mecanismos que o mundo moderno introduziu em nosso cotidiano que têm, de forma muito clara, obstado a que as pessoas continuem a se reunir em sociedade, a se irmanarem em torno de objetivos elevados: qual sejam, a prática do esporte, a convivência social e a amizade, que é a grande tônica que caracteriza a vida do Ypiranga F.C. com o qual convivo há 25 anos.

 É óbvio que uma entidade fundada em março de 1917 tem que ter história e é essa história que queremos deixar registrada nos Anais da Câmara dos Vereadores, até porque ela se insere na história do bairro Santana de Porto Alegre e, de certa forma, na história de toda zona leste da Capital e, por que não dizer, de toda a nossa Cidade. Essa entidade foi iniciada por um grupo jovem, amante de futebol, e dava, nessa época, em 1917, os seus primeiros passos aqui no Rio Grande do Sul. Sobrevive durante todo esse tempo parece que imantada por aqueles objetivos que fizeram com que algumas pessoas se reunissem à sombra daquela figueira que ainda hoje persiste ali, na Rua Monsenhor Veras com a São Luiz e lançaram as bases daquilo que seria a nossa entidade homenageada no dia de hoje.

Na história do nosso “Ypiranguinha” existem muitas vitórias, alguns tropeços, mas sobretudo muito denodo, muito esforço, muita vontade de não deixar esmorecer esse objetivo que foi sonhado, desenhado, implantado a partir da conversa de jovens que se iniciavam na prática do esporte bretão, e que se reuniam sob a frondosa figueira da Rua Monsenhor Veras com a Rua São Luiz.

É provável que nos festejos dos seus 80 anos, alguns dos velhos integrantes do Ypiranga tenham ido até aquela figueira reverenciá-la, quase a comprovar que entre o Ypiranga F.C. e a sua árvore símbolo existe algo de comum: ambos têm sido vergastados ao longo do tempo, com várias situações e tropelias, mas, com tudo isso, a figueira e o clube têm persistido e têm-se mantido.

O Ypiranga disputou, quando todos os times de futebol ainda eram amadores, várias competições na Cidade de Porto Alegre, ombreando com os tradicionais clubes como o Grêmio, o Internacional, o São José - que hoje procura retornar à vivência do esporte profissional do Estado -, o Força e Luz - o grande Forcinha -, sustentado, especialmente por nossa antiga Companhia Carris Porto-Alegrense -, o Cruzeiro, o Americano, entre tantos outros. Em várias ocasiões os grandes nomes do futebol do Rio Grande do Sul, que não são só do Rio Grande do Sul, porque são do futebol brasileiro, futebol sul-americano, e porque não dizer, até, em homenagem ao nosso Grêmio, do próprio futebol mundial, esses baquearam frente ao Ypiranga, quando a disputa era feita entre clubes amadores. Os tempos foram mudando: do futebol de campo teve que passar para o futebol de salão. Lá, também, o Ypiranga fazia o seu pioneirismo. Depois de ter sido campeão da Cidade, de futebol amador, já despontava em 1962, com a conquista do campeonato porto-alegrense de futebol de salão da Divisão de Acesso. Neste mesmo futebol de salão que tantas raízes firmou no Estado, a ponto de dar ao Esporte Clube Internacional o laurel de Campeão Mundial de Clubes que transcorreu no último final de semana em Porto Alegre.

   Nas vitórias dos grandes gaúchos no futebol e no futebol de salão, no início, estaria a figura do Ypiranga, na sua trajetória, a agremiação do bairro Santana e seus arredores revelou muitos atletas que mais tarde haveriam de ser contratados por grandes times da Capital e alguns até de fora do Estado do Rio Grande do Sul. Lembravam-me os mais antigos, a figura do Pascoal Febretti, do Costinha, do Fontoura e do Mancuso. Este Ypiranga é o clube que teve na sua história algumas expressões do cenário do Rio Grande, alguns atletas e outros dirigentes notáveis, como a figura inesquecível de Aneron Correia de Oliveira que, por longos anos, presidiu a Federação Gaúcha de Futebol e que é uma legenda no esporte bretão de nossa Cidade. Mas não ficaríamos só nele, teremos que citar aquele grande jornalista, que por tanto tempo foi um divisor de águas na crônica esportiva da Cidade, o saudoso Cid Pinheiro Cabral, além do Francisco e do Alfredo Melechi, mais o Marcelo Celi, só para citar alguns.

O Ypiranga, que tem a sua sede social própria, hoje, na Av. Princesa Isabel nº 795, conta, atualmente,  com aproximadamente 450 associados, que vivenciam e atuam em diversas modalidades esportivas e amadoras disputadas na Cidade, entre elas o futebol de salão, a bocha, o pingue-pongue, futebol de campo e, também, participam de uma atividade social intensa e muito sadia. No decorrer deste ano em que ele festeja os seus 80 anos de atividade, diversos eventos estão sendo programados em comemoração ao seu aniversário. Nessa linha, foi que introduzi esta homenagem que a Câmara de Porto Alegre está oferecendo ao Ypiranga no dia de hoje, para que ficasse registrado, definitivamente, na história da Cidade de Porto Alegre, o reconhecimento deste Legislativo. O sodalício cujo componente mais expressivo é a expressão plural e onde as mais diversas correntes da opinião pública têm representatividade é o campo ideal para saudar, de forma objetiva, clara e precisa, os esforços que, ao longo do tempo, foram realizados por inúmeros dirigentes desse clube, que, estou certo, até o dia de hoje, é capaz de merecer, como efetivamente merece, o aplauso de toda a comunidade da Cidade de Porto Alegre. Aos atuais dirigentes, ao meu amigo Jorge Ney de Lima Dusso, ao Luís Carlos Scherer, à Rosemary Andrade Pinto, à Elsa Bitencourt, à Ouro Pinto e ao Ivan Silveira, eu quero sintetizar neles a homenagem que nós, representantes do povo nesta Câmara Municipal, com muito orgulho, prestamos nesta hora.

Pessoalmente, quero pedir vênia aos meus companheiros de jornada pública para fazer um registro absolutamente pessoal: eu tenho imenso orgulho por, de uma forma ou de outra, com uma fagulhinha qualquer, ter contribuído para que o Ypiranga fosse essa entidade respeitada, hoje, na Cidade de Porto Alegre. Tenho esperança de que todos nós possamos juntos caminhar, céleres, por mais 10 anos, mais 20, e chegar ao grande centenário do Ypiranga Futebol Clube, aquela equipe verde-amarela que, ali na Princesa Isabel, se impõe ao apreço, ao respeito e à consideração de nossa Cidade. Aqueles que não conhecem bem o Ypiranga precisam saber que, mais do que todas as glórias esportivas, o que mais nos envaidece, o que mais nos enternece, o que mais nos alegra é a certeza de que, ali na Princesa Isabel, existe uma entidade onde a fraternidade, o amor, a solidariedade, o companheirismo são a grande tônica. Para que isso continue, vamos todos olhar para o céu e pedir as graças de Deus para que outro Lima, outra Rose, enfim, outro Pujol possam estar aqui na Câmara Municipal daqui a vinte anos lhes dizendo: "Grande Ypiranga, cem anos de vida com glória, fraternidade e, sobretudo, muito companheirismo". Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa registra com satisfação e considera como extensão da Mesa: o Presidente do SIMPA, Sr. Cezar Pureza. (Palmas.) E, também, os diretores já nomeados pelo orador, Juarez Neves, Maria Helena, Carlos Lopes; o representante do Sindicato do Vestuário, Sr. Roberto Bastos; representante do Sindicato da Saúde, Elza Maria Oliveira; representante do Congresso Nacional Afro-Brasileiro, Vilmair Santos Silva Aquino. Queria registrar a presença do arquiteto e profundo defensor do esporte amador, o Sr. Dalácio; e não é uma atitude corporativa deste Arquiteto-Vereador, é merecida pelo esporte, do qual o Dalácio é um defensor.

Com a palavra o Ver. Adeli Sell.

 

O SR. ADELI SELL: (Saúda os componentes da Mesa.) No início da tarde de hoje nós prestamos uma homenagem a um lutador, a um cidadão desta Cidade, o Dr.Bonatto. E eu iniciava a minha intervenção, já que era um Título de Cidadão, falando da cidadania, de como na antiga Grécia, o indivíduo que ia à praça pública reivindicar ou denunciar era considerado cidadão.

Vou retomar o tema da cidadania, porque o Ypiranga Futebol Clube, em seus 80 anos, nos dá um exemplo de construção de cidadania. Nenhuma pessoa é completa ou se totaliza como ser humano se, ao lado do direito ao trabalho, do direito a uma casa e a sua sobrevivência, não há o direito ao esporte,  à cultura e ao lazer.

O Ypiranga Futebol Clube, em 80 anos de história ali no Bairro Santana, onde morei vários anos, ali na Princesa Isabel, se levantou, disputou vários títulos de futebol e se mostra uma entidade vigorosa nos seus 80 anos. Diferente, sem dúvida nenhuma, de clubes tradicionais, profissionais de nossa Cidade, que são importantes para o nosso esporte, às vezes, no Beira Rio, no Olímpico, nós temos mais espetáculo, mas, ali na Princesa Isabel, como disse o Ver. Reginaldo Pujol, nós temos fraternidade, companheirismo. Temos uma irmandade que faz com que haja várias manifestações na área do esporte e do lazer.

Fiquei observando, quando se chamava o sócio mais antigo, não que seja tão idoso, e nem que o sócio mais idoso seja tão idoso e lembrei que no esporte há preconceitos. Normalmente, no esporte não há espaço para os idosos e os aposentados. Vejo, com muito júbilo, que no Ypiranga esse espaço existe. E já que estamos aqui com o Prof. Amilco, da Secretaria Municipal de Esportes, representando o Sr. Prefeito Municipal, queria dizer que leve desta Casa este exemplo, para que, junto à Secretaria Municipal de Esportes de Porto alegre, nós tenhamos a possibilidade de, cada vez mais, existirem exemplos como o do Ypiranga Futebol Clube, integrando as pessoas de mais idade, dando-lhes o seu espaço, o espaço da verdadeira cidadania. Eu quero dizer, Ver. Reginaldo Pujol, que diferente de V. Exa., que contribuiu na construção desse Clube, eu tenho uma dívida para com esse Clube que não cumpri até hoje, mas, depois desse exemplo que estamos vendo aqui - e da nossa homenagem - nós, em nome do Partido dos Trabalhadores, vamos, agora sim, saldar esse débito e contribuir para que o Ypiranga Futebol Clube não tenha apenas a possibilidade de, daqui a vinte anos, comemorar o seu centenário, mas que, também num futuro muito distante, outros levem essa brilhante idéia, a idéia comunitária, a idéia da fraternidade adiante. Que a data de hoje seja uma data lembrada na história e que, as que virão depois, sejam cada vez mais lembradas, porque uma história maior será acrescentada à história tão grande, tão bonita, que os senhores trouxeram até aqui, depois de 80 anos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Registramos, também, com satisfação, a presença do Dr. Luiz de Barcelos Dexheimer e do representante do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, Sr. Antônio Augusto Fagundes. Convidamos o 2º Vice-Presidente a assumir a Presidência dos trabalhos, conforme havíamos combinado com o ilustre Ver. Reginaldo Pujol. Pedimos licença aos homenageados, para cumprir outra agenda. O Sr. 2º Vice-Presidente, de agora em diante, conduzirá este processo.

Antes de passar a direção dos trabalhos ao Ver. Reginaldo Pujol, quero dizer da enorme satisfação que tenho em presidir esta Sessão, até este momento. Como Presidente da Casa trazemos, junto com os demais Vereadores, o nosso abraço e assinamos embaixo das palavras já proferidas e das que ainda serão proferidas por outros Vereadores, nesta comunhão de esforços pela melhoria da qualidade da vida que passa, seguramente, por esse tipo de associação desportiva e congregadora das pessoas da nossa Cidade. Um abraço a todos. (Palmas.)

 

(O Ver. Reginaldo Pujol assume a Presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu era menino e me lembro perfeitamente daquela figueira: ficava na esquina da Monsenhor Veras com a São Luiz; acima era a Veador Porto, a uma quadra da Gomes Jardim. Eu lembro perfeitamente que com aquela figueira nascia também essa idéia do ser mais gregário que existe na natureza, que é o ser humano. Essa idéia nasceu verde e nasceu esse magnífico coral que enfeita, que traz cultura para nós, através de um clube de futebol. Clube de futebol que eu nunca freqüentei, mas uma ou duas vezes enfrentei como jogador. Eu era um medíocre atleta do Fluminense do Bom Fim, o presidente do Clube chamava-se Artur Dallegrave, e, com o Fluminense, nós fomos campeões da terceira categoria, uma vez. Nós jogávamos por toda a Cidade. O Ypiranga era da segunda categoria e várias vezes jogamos contra. Depois, joguei contra o Ypiranga no futebol de salão. Eu era do Grêmio Náutico Gaúcho e o Grêmio foi campeão de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. Eu tinha inúmeros amigos de infância que eram do Ypiranga. E eu tenho quase certeza de que tem um jogador de futebol que jogou no Internacional chamado Arnaldo Malman, o apelido era Parobé, que saiu do Ypiranga para o Esporte Clube Internacional.

Essa história maravilhosa do Ypiranga nos mostra o quanto o ser humano é potente, poderoso, quando ele se integra, quando ele se aproxima. Essa integração, essa proximidade, essa docilidade do ser humano em se dar, em trocar afetos, em congregar-se, em reunir-se debaixo de uma bandeira tão linda e tão sagrada como é a do esporte. Esporte que aproxima, esporte que une, que traz amizades, que substitui tantas coisas ruins por tantas coisas boas. Esse mesmo esporte é difícil de ser praticado hoje pela divinização do lucro, pelas dificuldades imensas de formar esses pré-requisitos que toda atividade esportiva exige. Localiza-se hoje, olha que bonito, na Avenida Ipiranga a sede do Ypiranga. Ypiranga que era o nome de um riacho tão pequeno, mas tão grande na nossa nacionalidade, e esse verde tão lindo, essa nossa bandeira que desfralda. Às vezes, eu ficava em Brasília vendo a nossa bandeira desfraldar, tremular, isso era a coisa mais linda. Eu acho que, talvez, pelo artifício do vento, desfraldava contra o céu da Brasília, aquele azul e o verde das nossas matas, verde da nossa esperança. O Ver. Reginaldo Pujol - para mim, é nome de goleiro, é o Baldo Fijol e o Reginaldo Pujol - ele, com tanta felicidade, trouxe para nós esse evento maravilhoso, o aniversário do Ypiranga. Ele propôs - e foi aceito não só pela unanimidade da Casa, mas pela representação social que esta Casa tem de trazer todos os segmentos aqui para dentro. Com eles, abraço um por um de vocês que fazem a grandeza do Ypiranga, a grandeza de todos os dias, que não é só de 80 anos atrás. Eu queria começar saudando a nossa Mesa e começar pelo mais velho e, talvez, tão importante quanto todos vocês aqui, o Alcides Busi (palmas), o sócio mais idoso; Ilmo. Sr. Presidente em exercício da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Reginaldo Pujol; Sr. Jorge Ney de Lima Dusso, Presidente do Ypiranga; Sr. Amilco Diamantino Pereira Neto, representante do Sr. Prefeito Municipal, que recebemos com imenso prazer; Sr. Edir de Quadros, representante da Federação Gaúcha de Futebol; Sr. Nelson Hackmann, sócio mais antigo do Ypiranga - essas antigüidades são postos nesta homenagem aos 80 anos do Ypiranga Futebol Clube, que trazem, até aqui, até nós, não só a fundação, mas a inestimável grandeza do Ypiranga Futebol Clube. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Após termos ouvido a voz da representação do Partido da Social Democracia Brasileira, na voz fluente desse ilustre ex-atleta do Fluminense Futebol Clube do Bonfim, eu passo a palavra, com muita satisfação, ao meu particular amigo, um dos jovens Vereadores desta Casa, pessoa intimamente vinculada ao esporte amador de Porto alegre, com larga atuação nesse setor, Ver. Carlos Garcia, Líder do Partido Socialista Brasileiro.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Gostaríamos, primeiramente, de agradecer as palavras elogiosas do prezado proponente desta homenagem, Ver. Reginaldo Pujol, que, realmente, é daquelas pessoas que se identifica com a Cidade de Porto Alegre, porque, embora sendo de Quaraí, vivencia mesmo a nossa Cidade. Ele é um Cidadão Emérito de Porto Alegre por excelência. Então, prezado Vereador, gostaria de parabenizá-lo por essa brilhante iniciativa. E vou chamar o clube como sempre o conheci, o “Ypiranguinha”, e acredito que é como a maioria das pessoas o conhecem. E, dentre os que aqui se encontram, fico muito satisfeito em ver o grande lateral, membro do Internacional que, na nossa juventude, foi um marco e está aqui presente com os outros elementos do “Ypiranguinha”. Moro há 25 anos naquele bairro e quando passo na rua Princesa Isabel, vejo a sede e lembro das dificuldades por que passou o “Ypiranguinha” para manter aquela sustentação. Hoje, a própria Av. Princesa Isabel mudou, faz parte da noite de Porto Alegre e o “Ypiranguinha” também sofreu essa alteração. Sou da época em que as noites de sábado no “Ypiranguinha” eram um sucesso; quem não vivenciou na sua juventude o “Ypiranguinha”, principalmente para os que moravam ali próximos? Conheço muito pouco da história do futebol, mas pelo que me conta a família Rios, família de minha esposa, que sempre morou naquela região e que jogou futebol por muito tempo no “Ypiranguinha’, comentam os famosos campeonatos daquela época que deixam saudades. E, Prof. Amilco, faço minhas palavras as palavras do Ver. Adeli Sell: está na hora de ressurgir um pouco desse futebol, e não é saudosismo, é que os nossos campos de várzea desapareceram. E até vou ressaltar, Presidente Jorge, vamos recuperar principalmente a parte desportiva em que precisamos fazer essa adequação entre os mais antigos e os mais novos. Agora, o “Ypiranguinha” tem a história da configuração da bocha, praticamente foi um dos fundadores da bocha em nosso Estado. O “Ypiranguinha” do “velho carteado”, do papo furado de fim de tarde, e esta é uma outra visão, já que se falou tanto em esporte, estou falando do “Ypiranguinha” do dia a dia, que é essencialmente social e comunitário, sem perder nunca a sua origem desportiva.

Sr. Presidente, parabéns por sua iniciativa, parabéns por mostrar ao povo de Porto Alegre o “Ypiranguinha” que nem todos conhecem, mas no momento em que esta Casa o homenageia, faz em nome do povo desta Cidade. Portanto, os associados do “Ypiranguinha” estão de parabéns, curtam e promovam este ano e lembrem-se que a história é um somatório do dia a dia: vida social, vida desportiva. Vamos buscar os jovens, congregando-os com os mais velhos. Parabéns e vida longa ao Ypiranguinha! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Tenho a satisfação de dar a palavra a um dos Vereadores mais vivenciados nesta Casa, experiente, brilhante e, sobretudo, vinculado também às lides esportivas e comunitárias do bairro Floresta, bairro que sucede a Vila Floresta por um Projeto de Lei de sua iniciativa. Por isso identifico o Ver. Elói Guimarães que, em nome do Partido Democrático Trabalhista, far-se-á ouvir neste momento.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. Reginaldo Pujol, integrante da Mesa e que preside os trabalhos desta importante Sessão Solene, que comigo foi extremamente generoso, quando anunciava minha intervenção. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) V. Exa. foi extremamente feliz em proporcionar na Câmara Municipal de Porto Alegre esta Sessão. Digo feliz porque, vejam, em 1917 ainda se ouviam os estrondos da 1ª Guerra Mundial e se fundava o Ypiranga. Imaginem o que representa oitenta anos na vida de uma instituição. Só instituições com essa longevidade chegam a completar oitenta anos, porque quem passou por ela, quem ajudou a construí-la foram pessoas da maior dignidade. Confesso que muito me agrada esse tamanho de sociedade, de associação, porque também participei, em determinado momento, de clubes que tinham exatamente uma semelhança com o Ypiranga e o Ver. Reginaldo Pujol também lá participou em diversas oportunidades, ajudando o Atlético Clube Libertad. Tive a oportunidade de, em determinado período, ser o Presidente deste Clube. Se não me falha a memória, em diversas oportunidades tivemos embates futebolísticos entre o Libertad e o Ypiranga ou o “Ypiranguinha” como, carinhosamente, Lima, a gente menciona.

Vim à tribuna, apesar de o Ver. Reginaldo Pujol já ter por nós manifestado, através do seu discurso, a nossa homenagem, para trazer a todos os presentes, nesta tarde maravilhosa em que se homenageia o Ypiranga, a oportunidade de fazer uma reflexão sobre a importância de uma instituição como esta, por onde passaram tantos acontecimentos. A história passou. Quantos acontecimentos de nível clubístico, quantos casamentos, quantas pessoas se conheceram ali no Ypiranga e casaram! Enfim, vejam a importância de um clube social e exatamente do tamanho do Ypiranga! Porque, meu caro Pujol, e companheiros presentes, é exatamente nessa classe média de pessoas que se faz o dia a dia tão agradável. O “Ypiranguinha”, já se mencionou aqui, participou de diversas atividades de esporte, mas o que reputo importante - e por isso a homenagem ganha enorme significação - é uma instituição social, humana, deste porte ter atingido 80 anos! Imagino a luta travada por seus dirigentes, por seus associados, por toda essa gente que está aqui - outros, talvez não estejam mais, talvez estejam no céu nos assistido nesta tarde. Quantas pessoas deram sua contribuição para esta Sociedade, para este Clube. Como é bom ter um clube onde as pessoas compareçam, tomem uma cervejinha, dancem, joguem bocha, se reúnam no campo para jogar futebol! Como é importante a homenagem porque ela vem destacar para a Cidade a importância que tem um clube para o desenvolvimento social, para o desenvolvimento afetivo, para a confraternização das pessoas.

Eu dizia lá no meu Itapeva, aliás, no meu Libertad - também participei do Itapeva - dizia lá no nosso clube, modesto, simples, que ali era a nossa sala de estar. A gente ali se reunia e sempre falo que o clube nos pertence, que cada um de nós deu uma pequena contribuição, um tijolinho, um grãozinho de areia para a construção desta realidade. Então, os clubes sociais desempenham na história um papel significativo de interação social e no campo da educação e da fraternidade. Precisamos de clubes como o Ypiranga para desempenhar este papel de centro agregador, de centro esportivo onde as pessoas se reúnam para trocar as suas dificuldades, o seu dia a dia e as suas felicidades.

Digo que a homenagem que se presta hoje tem grande significação, porque estamos homenageando um clube, uma sociedade que prestou relevantes serviços ao entretenimento, à Cidade. Desejo que todos, daqui a vinte anos, estejam aqui para comemorar o centenário do nosso querido Ypiranga Futebol Clube. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convido os componentes do Coral do Ypiranga Futebol Clube, coordenados por Jane Maria, a apresentar o Hino do Ypiranga Futebol Clube.

Registro a representação neste ato do Montepio dos Funcionários Municipais, na figura do Dr. Sérgio Binfaré, Diretor Financeiro, o Sr. Túlio Vieira, Presidente da Associação dos Representantes e Carlos Alberto Paz, Diretor de Esportes do Centro Cultural Prefeito José Loureiro da Silva a quem pessoalmente agradeço a presença.

 

(Apresentação do Hino.)

 

Com a palavra a Sra. Jane Maria.

 

A SRA. JANE MARIA: Boa tarde a todos presentes. Nós somos um grupo formado no Ypiranga para nos apresentar nas noites de carnaval, nas festas, nos bailes, nos clubes e, também, na Passarela do Samba. Saímos como uma ala na homenagem à Rádio Gaúcha. Juntamos o antigo hino do Ypiranga com estrofes de 1997 e fizemos o seguinte tema que vamos apresentar a vocês. Muito obrigada.

 

(O coral se apresenta.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: Quero agradecer à Jane Maria e aos demais integrantes do coral que nos propiciaram assistir a uma das particularidades que fazem o cotidiano do Ypiranga Futebol Clube. Essa manifestação quase ingênua, pueril, cheia de carinho, de sinceridade, faz um cartão postal do nosso Ypiranga. Para falar em nome do nosso homenageado, passo a palavra a um jovem integrante do nosso quadro social, vinculado a uma das famílias mais tradicionais do Ypiranga que é a família Busi cujo sócio mais idoso está aqui conosco.

O Sr. Jaime Busi está com a palavra.

 

O SR. JAIME BUSI: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Não gostaria de, em tempo algum, praticar o corporativismo, mas a história de Alcides Busi, bem como a de Nelson Hackeman, meu estimado e particular amigo, se fundem à história do Ypiranga. Na relação de pessoas que tentamos lembrar - algumas já não estão entre nós -, tenho certeza de que pecaríamos, cometeríamos o desprazer de esquecer alguns nomes.

O Ypiranga, nesses 80 anos, em que sempre aprendemos, sempre convivemos, sempre tivemos a satisfação de saber - e fomos criados e educados para no momento em que pisarmos, entrarmos dentro do Ypiranga, esquecermos os nossos problemas, porque o Ypiranga é feito de amor, de doação.

Meus amigos, autoridades presentes, principalmente Sr. Amilco Diamantino, M.D. representante do nosso Prefeito, gostaria que convivesse conosco para ver as  dificuldades, hoje, inerentes a qualquer clube do "status" do Ypiranga. Por quê? A recessão, os problemas sociais existem e estão interligados. Antigamente, havia uma melhor fartura no sentido da doação, de colaboração, era tudo mais fácil. Hoje o Lima, à testa do nosso Ypiranga, vê as dificuldades para construirmos uma cancha de bocha. Diariamente é solicitado algum colaborador, alguma idéia no quesito rifa, no quesito doação, um empréstimo que, muitas vezes, somos obrigados a fazer.

Sr. Amilco, leve uma palavra ao Sr. Prefeito, de que no setor do esporte amadorista precisamos de mais incentivos, de maior colaboração para que o Ypiranga, nesses 80 anos - poderíamos citar inúmeros clubes que conviveram e iniciaram com o Ypiranga, que hoje só são saudades e lembranças -, o Ypiranga continua, poder-se-ia dizer até por teimosia, pelo amor que se vê estampado no rosto de todos nós, da doação que é feita diariamente, do amor, do carinho. O Ypiranga é o nosso segundo lar. O Ypiranga funde a amizade, o carinho, a paixão, o denodo para que possamos conviver. Se vocês entrarem no Ypiranga, vão sentir, no rosto das pessoas, que nós estamos vivendo numa ilha, num paraíso onde não existe problema, não existe recessão, não existe dificuldade financeira, porque tudo é piada, tudo é brincadeira, tudo é em função desse Clube que norteia as nossas vidas. É o verde e amarelo das nossas vidas. Quando vemos, na mídia, que o Rio Grande do Sul é azul e vermelho, há um constrangimento generalizado em nós, porque não é só o verde e amarelo, não é só o azul do Grêmio, não é só o vermelho do Internacional, é o verde e amarelo do Ypiranga que norteia e nos faz, dia a dia, querer trabalhar. E, para isso, estamos criando uma nova juventude: os nossos filhos. O meu pai está com 89 anos, o Nelson. E assim nós estamos sentindo a juventude. A juventude, hoje, não participa mais dos clubes. Por que não participa? Não sei, Não entendo e não sei qual a razão.

Antigamente, quando terminavam as aulas, nós íamos para o Ypiranga jogar bocha, pingue-pongue, nós íamos praticar qualquer esporte dentro do Clube. Aquilo era a nossa família, o nosso segundo lugar. Se não tínhamos pátio, tínhamos o pátio do Ypiranga.

Poderíamos relembrar os feitos do Ypiranga. O Ypiranga sempre entrou para ganhar. O Ypiranga não entrou nunca só para participar. Sempre houve uma convicção de ganhar. Nós poderíamos rememorar as tradições, tanto na bocha como no futebol de salão ou no de campo. Memorável passagem quando o Ypiranga se defrontou com o Santos. O Santos do Pelé. Nós éramos o Ypiranga de Porto Alegre. Enfrentamos e derrotamos o Santos. Meus amigos, nesses oitenta anos, poderíamos citar várias e várias passagens. Vejo, a mídia de Porto Alegre, a imprensa da Cidade salientar craques e mais craques.

Gostaria de, neste momento, lembrar uma pessoa que é querida por todos nós e que passou pelas nossas vidas como o maior jogador de futebol da história do fut-sal, o Pinóquio, que era uma fábula e levava as pessoas ao futebol de salão. Hoje, não se vê mais isso. O que se vê é o profissionalismo.

Quero aproveitar este momento para dar uma sugestão à Casa, a esta Casa que dita as normas e fiscaliza as ações: aquela figueira que hoje se encontra no seu apogeu - não sei se seria ignorância da minha parte - gostaria de pedir que ela fosse tombada, porque, enquanto ela existir, o Ypiranga estará presente, porque é a lembrança visual de todos que passam na Monsenhor Veras. Quero despedir-me em nome da família Busi e agradecer o carinho que vocês dedicam ao meu pai. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com o pronunciamento emocionado do representante do Ypiranga, meu prezado amigo Jaime Busi, poderíamos dar por encerrada esta solenidade, mas sou alertado pelo protocolo de que o último ato formal a se realizar é ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

Antes, quero agradecer a presença de todos e fazer um registro muito significativo em relação ao jornalista Wellington, que colaborou na organização da nossa solenidade. Agradeço também aos colaboradores dos gabinetes pelos serviços realizados pela nova equipe de Relações Públicas da Câmara que, junto com aqueles que aqui já estavam, se esmeraram sobremaneira para que nós tivéssemos esta Sessão Solene com o brilhantismo com que ocorreu. Registramos as presenças de alguns ex-presidentes do Clube, como é o caso do Crush, do Scherer, do Leopoldo; alguns batalhadores do Clube, como o Duílio. Agradeço também a todos os integrantes do coral; àquelas pessoas com quem me acostumei a conviver lá no Ypiranga Futebol Clube e que, hoje, nos deram a alegria de estar aqui na Câmara Municipal.

Agradeço a todos, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre. E, me permitam os colegas, o agradecimento pessoal - eu tinha absoluta certeza de que este ato que registrou os 80 anos do Ypiranga Futebol Clube haveria de se revestir do brilho que se revestiu, tornando-se uma peça a mais na história da Casa do Povo de Porto Alegre.

Convido a todos para que, em pé, ouçamos o Hino Rio-Grandense.

 

(É executado o Hino Rio-Grandense.)

 

O SR. PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos.

 

 (Encerra-se a Sessão às 18h 22min. )

 

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